sexta-feira, 13 de abril de 2012

Um acidente e uma hora no bar...

Saí de casa numa correria louca depois de chegar da lida diária que me toma boa parte do horário comercial. Logo depois de tirar uma "belíssima" foto 3X4, tomei um susto com um barulho de batida. Tratava-se de uma colisão entre uma moto e um carro na comercial. Nessas horas, só penso em gerenciar o pedido de socorro.

Com um pão de queijo na mão, corri até o local e perguntei se alguém já tinha chamado o Samu ou o Corpo de Bombeiros. Diante da negativa, liguei para o 192 e a atendente me colocou na espera com aquele música irritante de telemarketing. Enquanto aguardava na linha, pedi a outras pessoas que estavam por ali que ligassem para o Corpo de Bombeiros.

Surpresa! O Corpo de Bombeiros informou que só vai em casos. Uma moça que caiu de cabeça da moto não foi considerado um caso grave. Será uma Operação Tartaruga no CBM???

O povo também decepciona quem atende. O Samu chegou, avaliou a moça e o outro ocupante da moto, decidiu por encaminhar os dois ao hospital. Mas, quem disse que eles foram??? Recusaram o socorro!
Se tiverem plano de saúde, talvez procurem a emergência de um hospital particular para fazer os exames que, dificilmente ou tardiamente, conseguiriam fazer na rede pública.

Depois da confusão toda resolvida, cadê o pão de queijo? Eu não lembrava o que tinha feito dele. Fiquei tentando lembrar em qual lixeira eu tinha jogado aquela delícia. Para minha surpresa, fui informada por uma testemunha ocular que eu tinha comido todo o pão de queijo enquanto corria de um lado para outro preocupada com a pobre moça e o pobre rapaz acidentados.

Como não senti que tinha me alimentado, fui em busca de comida em um bar tradicional (gay) de comida maravilhosa. Detesto estereótipos, por isso faço questão de freqüentar lugares assim. Mal sentei e já estava com o olho no parquinho para viajar o pimpolho e o ouvido dividido entre o papo com mamis e as conversas das mesas vizinhas.

Um homem bate boca com a companheira ao telefone, paga a cerveja e vai embora nervoso. Duas mulheres discutem em tom acima do som ambiente, uma vai embora sem se despedir e a outra sai cabisbaixa depois de pagar a conta.

Em outra mesa, um vendedor da Feira dos Importados engana uma cliente por telefone. Diz que está empenhado em resolver o problema dela enquanto toma sua cerveja sem a menor sombra de preocupação. Fez-me recordar da loja safada de Taguatinga (Unnique Interiores) que me deve há nove meses mais de mil e quinhentos reais. Não me entregou os produtos que prometeu nem me devolveu o que foi pago até hoje.

Perdi tanto tempo prestando atenção na conversa alheia que esqueci de detalhar meu pedido. Acabou por vir um ovo mole sobre o kibe. Apetite encerrado. Hora de zarpar. Conta paga é hora de ir embora.

Enquanto caminho em direção ao estacionamento, ouço a oração do passageiro de um carro que passa vagarosamente: "nossa senhora da vaga, ajuda a gente!" Os motoristas dizem "amém".

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