quarta-feira, 9 de maio de 2012

Ser mãe - parte II

Com um dia de atraso, descrevo o segundo dia da semana de uma mãe comum. Ontem, não me sobrou tempo mas sobrou cansaço.

Passado o mal estar do pequeno, o dia começou normal escola, trabalho, casa.

Resolvi aproveitar para pagar umas contas no shopping. O bom foi que o pequeno dormiu no caminho. Ganhei uma janela no tempo para ir com tranquilidade ao caixa eletrônico e namorar as tendências para o friozinho que vem chegando.

Mas, não pude comprar nada. Filho acordado, desejo de consumo adiado. O jeito foi cumprir a promessa de brincar nos jogos eletrônicos. Adoro! É o momento em que temos a oportunidade de sentir outra vez como foi ser criança. As brincadeiras mudaram mas a sensação de êxtase ainda é a mesma.

Todo passeio com crianças sempre inclui uma paradinha no banheiro. E é claro: alimentação. Eu sempre disse que meu filho não comeria fast food. Mas isso foi antes de ser mãe. Como ele não é fã de sanduíches, um frango empanado e um suco ajudam a evitar o mal humor da fome durante o passeio.

A aparente melhora durou pouco. Começou a reclamar, dar chilique e acabou vomitando. Fui do desejo por uma SuperNanny ao desejo por alguém para limpar sujeira. Graças à tecnologia: forros de almofada, edredom e roupa foram para a máquina de lavar. O filhote seguiu para o banho. A praticidade de lavar roupas e meninos ainda não é a mesma...

Um pouco de gagau e cama.

Descanso pra mãe também.

Fui dormir pensando em como ser uma mãe melhor. Quando um filho adoece ou erra, a sociedade manda a conta para a mãe. As pessoas sempre se referem a uma criança mal educada (eu prefiro, mal aprendiz...as mães ensinam, nem sempre os filhos aprendem) da seguinte maneira: “Sua mãe não te ensinou?” ou “Cadê sua mãe, menino?”. Ou xingam: “Seu filho da mãe!” Como se isso fosse algo ruim...não vejo xingamento nisso.

Existe um peso sobre a maternidade maior do que qualquer outra ligação com a criança. Um peso social, um peso pessoal. A obrigatoriedade de amar e cuidar talvez esteja diretamente relacionada ao fato da criança ser um pedaço do próprio corpo, carne da carne da mãe.

Mas, o melhor da vida é saber que alguém nos deu a vida e que um dia demos a vida a alguém. E quando digo dar vida também considero as mães adotivas. Mães que são ainda mais especiais porque escolheram amar um filho que não tinha mãe.

Gerar não concede automaticamente a maternidade. Ser mãe é um exercício diário! Que Deus abençoe todas as mães que dão o melhor de si para ensinar um novo ser humano.

segunda-feira, 7 de maio de 2012

Ser mãe - parte I

Na semana passada, planejei escrever uma série em homenagem ao dia das mães. Pretendia escrever sobre a minha rotina e fazer o relato da semana de uma mãe sem babá e com uma vó dedicada (salvação da minha vida!).

Imaginei que descreveria a rotina de casa-escola-trabalho-casa. Mas comecei a semana provando a lição número um da maternidade: a vida de mãe é cheia de imprevistos.

Só agora pude parar e escrever. Passei a noite no dorme-acorda sem fim. Filho com febre, mãe preocupada, sono prejudicado. Levanta, verifica a temperatura, arruma o cobertor, deita de novo. Qualquer barulhinho ou resmungo era o alarme para ficar de pé.

Resultado: levantei cansada e, ainda, preocupada já que o baby não estava cem por cento. No trabalho, tentei, fiz um esforço danado para me concentrar e dei a sorte de concluir uma matéria em cima da hora. Tive que pedir para ir embora mais cedo e assumir os cuidados do pequeno em casa.

E o dia não parou por aí. Fui atrás de lanches gostosos para despertar a vontade do pequeno comer e nada. Difícil driblar a inapetência de um ser tão pequenino e que não sabe dizer o que tem. O melhor mesmo é levar o filho no médico e darem aquela resposta genérica: “É virose!” Ótimo! Tradução para as mães: não há o que fazer; tem que esperar.

E os cuidados continuam. Torcida para que o pequeno durma bem e acorde melhor ainda.

Provavelmente, passarei essa noite da mesma maneira, no dorme-acorda. Porque é isso que uma mãe faz. Podem querer até nos substituir mas o coração bate a forte e a gente enfrenta o cansaço para fazer vigília.

Nada de obrigação. É tudo por amor. É um pedaço da mulher que sai da barriga e, de repente, perde-se o controle sobre ele. Não sabemos mais o que ele sente. Não temos mais o controle total e absoluto sobre como ele se alimenta. Nem podemos levar a toda parte.

Mãe tem um medo enorme e uma coragem descomunal.

O maior medo é não estar presente quando o filho precisar. O maior orgulho é ver que um filho é capaz de seguir sozinho o próprio caminho com os ensinamentos que aprendeu em casa.

Acabei verbalizando essa sensação depois de ler o que duas amigas manifestaram nas redes sociais sobre a saudade que sentem das mães que já se foram. Tenho certeza que estas duas mães estão orgulhosas de suas filhas. Gente linda, sabe! Amigas das quais não tenho queixas. Boas pessoas.

É isso...foi um dia e tanto. Espero ainda ver o novo episódio de uma série em que os médicos tem mais problemas que os pacientes.

Descansar? Responda-me quem é mãe. Não me importo com o meu descanso. O que deixa uma mãe feliz e tranquila é o bem-estar do filho.